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A FÚRIA NEGRA DE SPIKE LEE

03/08/2015

Podemos citar uma lista de diretores que ao longo da história do cinema, contribuíram de forma significativa para um cinema engajado. Arte que tem um papel provocador nas reflexões e transformações sociais na sociedade.

São profissionais estrangeiros e nacionais em todos os gêneros cinematográficos.

Pessoalmente, quero colocar no panteão destes magníficos cineastas, Shelton Jackson Lee ou como é mais conhecido, Spike Lee.

Nascido em Atlanta nos EUA, ele é reconhecido pela sua retórica mordaz e suas posições contundentes, principalmente, quando se trata dos debates sobre a temática racial, a pobreza da comunidade negra e pobre

local.

Durante a década de 1990, surgiu uma chamada cinematografia negra, onde a maioria dos enredos e temas de filmes gravitavam ao redor de questões antigas e presentes dos negros norte-americanos.

Spike Lee recebe uma maior atenção do público e da crítica especializada com o lançamento da explosiva película Faça a Coisa Certa (1989). Posteriormente, veio Mais e Melhores Blues (1990).

A sua obra seguinte, também teve uma grande repercussão, era Febre na Selva (1991). Neste filme, temos a relação extraconjugal da personagem de Wesley Snipes, um negro bem casado com a sua secretaria branca (Annabella Sciorra). Este relacionamento proibido será o estopim para o preconceito descarado de brancos contra negros e vice-versa.

Segundo o diretor, o racismo transita em mão dupla e esta tônica sempre surge em sua filmografia. 

No ano de 1992, chegou aos cinemas o filme Malcolm X. O retrato da vida do líder e defensor dos direitos políticos e civis dos negros americanos. Malcolm X era adepto do islamismo e foi assassinado em 1965. No papel do protagonista está o competente Denzel Washington.

Spike Lee também enveredou pela comédia com filmes com Crooklyn – uma família de pernas pro ar (1994) e Garota 6 (1996).

Lee assinou diversos documentários, entre eles, Quando as Barragens se Romperam: um réquiem em quatro atos (2006) que retrata a passagem devastadora do furacão Katrina pela cidade de Nova Orleans no Estado da Luisiana no EUA no ano anterior.  Lee faz duras críticas e denuncia a letargia e apatia do governo de George W. Bush para prestar socorro aos seus habitantes.

Em 2010, Lee lança  If God is Willing and Da Creek Don't Rise, uma sequência que mostra fatos que ocorrem durante os cinco anos dos estragos provocados pelo furacão Katrina na mesma região.  

Em 2005, participou do projeto Crianças Invisíveis, que conta histórias de jovens à margem da sociedade na ótica de diretores de diversas nacionalidades.

Em 1996, Spike Lee esteve nas cidades de Salvador e Rio de Janeiro no Brasil para filmar o clipe da música They Don`t Really Care About Us de Michael Jackson.

Sem dúvida alguma, Spike Lee tornou-se um ícone do cinema afro-americano e mundial.

Um diretor que sabe muito bem a importância de uma consciência social apurada.

Um ativista político na trincheira do combate contra o preconceito e a intolerância.

 

Sidney Barata de Aguiar: Mestre em História Social pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Professor da Secretaria de Estado de Educação e Qualidade de Ensino do Estado do Amazonas (SEDUC/AM) e Secretaria de Educação do Município de Manaus (SEMED). Secretário de Formação do SINTEAM.

 

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